O relacionamento com a comunidade é a chave do sucesso da Alura
O mercado de programação está aquecido há tempos. Ano a ano, o número de vagas na área cresce em todo o país e muitas delas não são preenchidas por falta de mão de obra qualificada. De acordo com a Catho, houve um salto em diversas posições entre 2019 e 2020: 60% para programador, 97% para desenvolvedor web e até 460% para DevOps. A previsão da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação é que o déficit de profissionais pode chegar a 260 mil até 2024.
O motivo desse déficit de profissionais no mercado de tecnologia é complexo. Muitos alunos não têm acesso ao conteúdo que pretendem estudar por questões de distância e horário, enquanto outros se adequam melhor a diferentes ritmos de aula, muitas vezes num formato alternativo aos cursos presenciais. Foi por isso que, em 2011, a Alura foi criada como uma plataforma online para o ensino de programação.
Desde então, o nosso foco tem sido desenvolver uma comunidade colaborativa, que priorize as necessidades e os interesses dos antigos, atuais e futuros alunos e alunas. Esta é uma das estratégias que estamos continuamente aprimorando e que entendemos ser um diferencial competitivo em termos de posicionamento, aquisição e retenção de clientes.
Gestão de comunidade
O primeiro passo para reconhecer o papel da comunidade no ecossistema da Alura foi interno. Em 2019, o nosso time de marketing contava com cinco pessoas. Hoje são 22. A primeira grande contratação que fizemos, um gestor de comunidade, surgiu a partir da percepção da paixão que alunos e ex-alunos têm pela empresa e pelo papel que ela exerceu em suas carreiras, e do desejo de retribuir todo esse sentimento positivo para as mais de 115 mil pessoas que já acompanharam as aulas da plataforma.
Uma das frentes desse engajamento com a comunidade é pelas redes sociais. O Instagram é usado como um laboratório para entender as expectativas dos alunos. Por meio de ferramentas como as enquetes dos stories, foi possível perceber uma alta demanda por mais conteúdo sobre a linguagem Java, por exemplo, que deve ganhar um evento especial nos próximos meses, por exemplo.
O Twitter também é um importante canal para se comunicar com esse grupo. Usando ferramentas de monitoramento, é possível identificar sempre que um usuário menciona a Alura e, a partir disso, incentivar discussões e provocar conversas. Um exemplo é quando algum usuário faz perguntas como "A Alura vale a pena?". Em vez de dar uma resposta corporativa para tentar converter essa venda, compartilhamos a pergunta incentivando os alunos seguidores a respondê-la, o que estimula diversos comentários que não apenas funcionam para convencer o usuário que perguntou, mas também para gerar reconhecimento aos alunos e alunas que já seguem a página.
Apesar de sermos uma empresa de tecnologia com plataforma online e termos forte presença digital, também enfrentamos incertezas com a pandemia da COVID-19 no começo de 2020. Além dos cuidados com a saúde, foram levados em consideração o impacto econômico, os índices de desemprego e a condição de vida de quem faz parte da nossa comunidade e acompanha a gente de alguma forma. Pensando nisso, em abril de 2020 promovemos uma imersão gratuita chamada Quarentena Dev, uma série de aulas para quem nunca havia programado antes. A mentalidade que nos guia tem como base uma única pergunta: o que quem estuda com a gente quer e precisa? O resto é consequência.
Os resultados foram ainda melhores do que o esperado, com mais de 50 mil inscrições. Isso nos incentivou a manter as Imersões (como chamamos agora) como um evento fixo que segue crescendo. Em março de 2021 foram 100 mil inscrições na edição Imersão Dev, e também realizamos outras diversas edições em 1 ano com temas como Data Science, Front-end e Games. Os impactos foram sentidos em várias frentes, com aumento de 300 mil pessoas na base de contatos e crescimento de 50% no número de inscritos no YouTube, onde as aulas ocorrem.
Todo esse envolvimento levou à criação de duas outras iniciativas focadas em engajar a comunidade: o Alura Challenges e o Alura Stars. O Challenges consiste em uma série de desafios de criação de portfólio e desenvolvimento de soluções para quem atualmente estuda na Alura. Na primeira edição foram mais de mil inscrições, mentorias com professores e sessões em grupo que chegaram a reunir 600 pessoas no Discord (app que permite conversas de voz). Já o Stars é um programa de embaixadores para reconhecer ex-alunos que aplicam o que aprenderam na plataforma e contribuem para expandir o ecossistema nos grupos em que estão inseridos – seja academicamente, dentro das empresas ou no empreendedorismo.
O potencial da gestão de comunidade ficará ainda maior a partir de setembro de 2021, quando começaremos a aplicar outras estratégias desenvolvidas ao longo das sessões de mentoria do Growth Academy.
Expandindo a comunidade
Tão importante quanto engajar e manter ativa a comunidade de alunos(as) e ex-alunos(as) é conseguir expandi-la. Para isso, apostamos na produção de conteúdo para conversar com potenciais usuários sobre os assuntos que querem ouvir, no formato que querem consumir. São produzidos artigos e vídeos, sejam eles autorais ou em parceria com especialistas de mercado para o YouTube - nosso canal possui mais de 150 mil inscritos, e a plataforma funciona como uma oportunidade de primeiro contato com a marca, tendo em vista que mais de 118 milhões de brasileiros têm acesso a ela. Além disso, também temos forte atuação com podcasts, nos quais investimos desde 2016.
Atualmente são quatro podcasts próprios: o Hipsters.tech, no qual um convidado interage conosco sobre temas relacionados ao mercado de tecnologia (André Barrence, diretor do Google for Startups, inclusive, já participou de um episódio); o Like a Boss, em que líderes de empresas compartilham aprendizados de suas trajetórias; o Layers.tech, com discussões mais aprofundadas sobre UX, edição e design; e o Scuba.Dev, com histórias inspiradoras de pessoas que transformaram suas carreiras ao mergulharem na tecnologia.
Além de conteúdo próprio, também acreditamos muito no potencial de criadores de conteúdo e os apoiamos com investimentos e patrocínios. O primeiro foi o Jovem Nerd, maior podcast brasileiro, e hoje já são mais de 50 podcasts apoiados. O critério de escolha sobre quais projetos patrocinar envolve uma análise do conteúdo, para garantir que ele é similar ao perfil dos de quem estuda com a gente e o grau de interatividade com os ouvintes. A ideia é que os spots, ou seja, as entradas comerciais no conteúdo gravado, estejam em sinergia com o tema, como se fizessem parte da conversa daquele episódio. Um exemplo é um spot sobre cursos de inteligência artificial em um episódio de podcast que tratava sobre Alan Turing, o pai da computação e do Teste de Turing, usado até hoje para medir o aprendizado de máquinas.
Todo esse empenho traz ganhos a longo prazo. Em dois anos, de 2018 a 2020, a representatividade de vendas para alunos que vieram depois de ouvir podcasts de algum criador de conteúdo patrocinado aumentou cerca de 20%.
Para monitorar o resultado factível de expansão da comunidade de estudantes na plataforma a partir dessas ações, usamos códigos promocionais e links personalizados para os criadores de conteúdo patrocinados, que permitem identificar quantas vendas cada podcast converte, e ferramentas do Google Ads para medir o impacto em canais como o do YouTube.
Atualmente, estamos trabalhando junto ao Google for Startups para aprimorar ainda mais as métricas de mensuração dos resultados das ações de marketing e de engajamento com a comunidade. As mentorias estão nos ajudando a enxergar como avaliar o impacto da produção e impulsionamento de conteúdo em cada plataforma para que possamos fazer a interpretação desses dados, seguir investindo no que funciona e corrigir eventuais rotas incorretas. Participar do programa teve papel importante para reforçar o valor de nossa comunidade e promover o contínuo desenvolvimento desta estratégia.