Boas práticas em UX para a sua startup
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As estratégias voltadas para a experiência do usuário, conhecida pela sigla UX – User Experience, em inglês –, são importantes para tornar o consumo de um produto ou serviço o mais agradável possível. Pensando em como tornar o assunto mais prático, promovemos em junho uma Live Session com Anna Potanina, Especialista de UX no Google Irlanda.
Anna é uma das advisors do Startup Advisors Summit, frente que conecta empresas do Programa de Residência do Brasil e da Espanha a especialistas do Google ao redor do mundo. Como o tema é importante para diversas startups, a Googler participou desse bate-papo online para compartilhar seu conhecimento com todo o ecossistema. Abaixo é possível conferir os principais pontos dessa conversa e o vídeo completo do encontro no final do texto.
Experiência na vida real
Para destacar a importância de se pensar em UX, Anna trouxe um exemplo da vida real. Enquanto estava em um restaurante de Londres, se deparou com um saleiro e um pimenteiro na mesa. Porém, a única diferença entre os dois era o número de buracos no topo. Com isso, a especialista assumiu que o que tinha menos buracos era o de sal. Ela estava errada e terminou com o seu prato cheio de pimenta e nenhum sal.
"Eu tive uma péssima experiência. Para quem desenhou esse saleiro, estava muito claro qual era cada um, mas para mim não estava. Você precisa informar e indicar o uso de maneira clara. O saleiro escrito o que tem nele pode ter um design feio, mas com certeza traz uma melhor experiência para o cliente", analisa Anna.
Como isso se aplica ao seu produto? "Da mesma forma. Os ícones e botões precisam ter textos que digam o que é aquilo ou o que fazem. Você não pode assumir que todos vão interpretar da mesma maneira e ainda como você pensa", responde a Googler. Anna trouxe um exemplo prático dessa estratégia no Google Translate, cujo time viu um aumento de 25% do uso de suas ferramentas após nomear cada um dos ícones que exibia.
Primeiras impressões
Todos já devem ter ouvido a expressão "a primeira impressão é a que fica" para se referir ao momento em que se conhece outra pessoa, mas ela também pode se aplicar a produtos. Pensando nisso, Anna diz ser necessário que se tenha três informações cruciais aparecendo logo na primeira "dobra" do site (tudo aquilo que aparece na tela sem precisar deslizar a página para baixo): o propósito, um call-to-action e uma imagem.
"Primeiro, deixe bem claro qual o propósito do seu negócio, o que as pessoas podem fazer com ele e quais os benefícios que a sua empresa oferece. O call-to-action tem que indicar como o usuário pode começar a explorar o seu site, seja apertando um botão ou de outra maneira. A imagem é super importante porque nossos cérebros são programados para lerem primeiro figuras e depois o texto. Ela precisa representar o valor que você está oferecendo", diz a Googler.
Para saber se está sendo assertivo, a melhor solução é fazer testes com usuários, mesmo antes de colocar o site no ar, questionando as primeiras impressões dos visitantes ao verem a página sem saberem previamente o que é o produto. Em outra Live Session discutimos algumas técnicas de testes de usabilidade, que podem ser conferidas aqui.
Apesar do primeiro conteúdo da sua página ser o mais importante, Anna faz um alerta: "Indique que seu site continua". Caso contrário, o visitante pode abandoná-lo sem deslizar para baixo e perder informações importantes ou outras opções de compras que são oferecidas.
Dados a favor da empresa
Para a especialista, um dos principais pontos de um profissional de UX é ser informado por meio de dados e não somente orientado por eles. "É importante usá-los para entender o que está acontecendo em cada página de etapa da jornada do usuário, para identificar onde você precisa melhorar e o que precisa consertar".
Ela ainda afirma que os dados servem para ajudar a falar melhor "a linguagem do negócio" quando houver proposta de melhoria ou atualização a um supervisor que não é tão familiarizado com a importância do UX. "Se possível, quantifique o valor da sua estratégia. Mostre uma previsão de aumento de faturamento ou o quanto de dinheiro estão perdendo por causa da baixa velocidade do site", recomenda Anna.
Outro ponto levantado é o de buscar métricas centradas no usuário. "Use métodos qualitativos sempre que possível. Encontre como medir o engajamento, a retenção, o número de tarefas concluídas com sucesso pelos seus clientes e outros índices que achar necessário para o seu negócio. Quão mais você identificar como seus consumidores interagem e se identificam com seu produto, mais eficiente você será", completa a especialista.
É possível acessar o material apresentado (em inglês) por Anna aqui, e assistir à Live Session (também em inglês) completa abaixo.
Agora que você já conhece como melhorar a experiência do usuário, baixe aqui o checklist apresentado pela Anna com pontos que você deve estar atento na hora de colocar suas estratégias em prática.