Google for Startups Campus: uma retomada de mãos dadas com o novo ecossistema
Por André Barrence, diretor do Google for Startups na América Latina
Há dois anos o Google for Startups fechou temporariamente as portas do Campus, nosso espaço físico em São Paulo, por causa da pandemia. O local de convivência, conversa e troca foi substituído pelas reuniões online e pelos escritórios dentro de casa. Juntos, nós nos reinventamos e buscamos novas maneiras de continuar o trabalho. E deu certo.
Adaptamos nossos programas, para que eles passassem a acontecer online e, assim, seguimos focados no nosso objetivo: apoiar o crescimento de um ecossistema de startups saudável, inclusivo e diverso. Hoje estamos felizes em anunciar que estamos reabrindo o Campus - e com uma nova visão que acompanha a transformação do ecossistema nos últimos anos.
No início dessa jornada, lá em 2016, nos deparamos com um universo repleto de potencial. Diversos empreendedores buscavam formas de fortalecer suas ideias em estágio inicial e de se capacitar. Foi para esse público que o espaço físico do Google for Startups em São Paulo foi criado, a fim de acolher e oferecer suporte, conhecimento e todas as ferramentas necessárias para o desafio que é empreender e crescer.
Ao longo do caminho, acompanhamos de perto a evolução do ecossistema do país. A tecnologia se tornou uma aliada da sociedade em vários setores. Quando começamos, eram cerca de cinco mil startups no Brasil e nenhum unicórnio. Atualmente são mais de 13 mil empresas e mais de 20 avaliadas em, pelo menos, um bilhão de dólares. Ao todo, mais de 300 empresas de tecnologia passaram pelos programas oferecidos pelo Google for Startups no país e se tornaram parte da nossa rede alumni.
Em meio ao êxito dos programas de aceleração, também lidamos com as inquietudes da pandemia. Tivemos que recomeçar – ou melhor, nos reinventar. Mesmo em meio a uma crise sanitária e um cenário caótico, tivemos muitos casos de sucesso na nossa rede.
As mudanças que acompanham o novo momento
Assim como outros ecossistemas e organizações em todos os cantos do mundo, nós também tivemos que nos adaptar e fazer com que o nosso espaço pudesse voltar a ser um ponto de encontro para as startups da nossa comunidade, e continuar a apoiar o empreendedorismo brasileiro. Sem abandonar a nossa missão, a partir desse momento de retomada, passaremos a focar ainda mais em programas e mentoria para startups em estágios de crescimento e escala.
Para acompanhar essa nova fase do ecossistema e do nosso trabalho, algumas mudanças tiveram que ser feitas. O nosso espaço físico, que antes era aberto ao público em geral, passa a ser destinado apenas para as startups que estejam participando ou já tenham participado dos nossos programas de aceleração e crescimento.
Acreditamos que nossa missão, no atual estágio do mercado, vai além da disponibilização do espaço físico. Há uma necessidade cada vez maior de programas que ajudem as startups a desenvolverem lideranças e resolverem questões ligadas a negócios e tecnologia.
O nosso auditório, assim como os outros dois espaços de eventos disponíveis no prédio, destinados para palestras e conferências, continuarão recebendo eventos específicos, organizados pelo próprio Google e por organizações parceiras. Esses eventos poderão contar com a participação do público em geral, mediante inscrição prévia. É possível acompanhar a programação pelo site.
Um compromisso com a diversidade
Em meio a tantas mudanças no ecossistema e até mesmo dentro do espaço físico, o nosso compromisso social segue tão vivo quanto a nossa missão. Por isso, nesse momento de retomada, continuaremos priorizando as ações afirmativas que favorecem a diversidade e inclusão no ecossistema de tecnologia.
Entre as startups da nossa rede, os dados de diversidade são notáveis – 88% delas contam com mulheres em cargos de liderança e 90% têm pessoas negras e da comunidade LGBTQIA+ em seu quadro de funcionários. Porém, a pluralidade ainda é um desafio para um ecossistema como um todo.
Segundo o recém publicado Mapeamento do Ecossistema Brasileiro de Startups de 2021, elaborado pela Associação Brasileira de Startups, 96,8% das startups dizem que seu negócio apoia a inserção de pessoas plurais. Ainda assim, mais de 60% delas não contam com nenhum processo seletivo voltado para a diversidade.
Dentro desse contexto, seguiremos com o Black Founders Fund, iniciativa criada em 2020 que investe recursos financeiros, sem qualquer participação societária, em startups fundadas e lideradas por negros no Brasil. O fundo, que já investiu R$5 milhões em 33 startups, foi renovado recentemente e deverá investir outros R$8,5 milhões ao decorrer dos próximos meses.
Além disso, as startups beneficiadas pelo fundo seguirão recebendo todo o apoio do nosso lado e poderão, inclusive, utilizar o Campus junto com todas as startups da nossa rede de alumni.
O ecossistema é vivo e segue em evolução
A experiência de mudar e evoluir nunca será simples. Como parte de um ecossistema vivo, as mudanças que acompanham o crescimento são inevitáveis. E outras tantas virão, no futuro, temos certeza.
Seguimos ao lado de cada empreendedor e empreendedora, apoiando as startups do nosso país e de toda a América Latina. Nosso foco é desenvolvimento de um ecossistema inovador, inclusivo, equitativo e diverso.